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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Bicicleta sem rodinha;


Chorar nunca me pareceu ajudar em muita coisa, somente sempre me fez ficar toda inxada e com olheiras absurdas... Mas hoje vi que chorar é a melhor solução pra corações apertados; Você chora, chora, soluça e chora mais uma vez e aparentemente a dor vai saindo junto com as lágrimas... Exatamente, eu disse aparentemente, porque na prática a dor parece que se congela e não derrete nunca.

Estou me sentindo exatamente como uma menininha de seis anos se sente, ao começar a andar de bicicleta, com as duas rodinhas que é a total segurança de que ela não cairá... Mas ai com o passar do tempo, tem-se que tirar a primeira rodinha para que ela possa começar a experimentar a liberdade que é andar com seu próprio equilibrio; Até ai, de fato é aceitavel, pois a outra rodinha ainda dá uma segurança quase completa, pois quando o medo de cair bate, é automatico jogar toda a força e confiança do lado que ainda tem rodinha...
Mas ai vem o grande (e talvez pior) momento, que é de se tirar a rodinha que falta para que ela ande com sua propria força e capacidade. É o momento que tem que se desgarrar totalmente da segurança que a ultima rodinha dá, aquela rodinha que, de tão presente na bicicleta, parece que jamais sairia dali... Mas de fato é preciso sair uma hora ou outra, pois a menina vai crescendo e necessita aprender a viver um momento novo, um momento totalmente dela, em que ela será totalmente dona da direção da bicicleta, e não mais poderá jogar o medo e os anceios nas rodinhas que sempre a acompanhou.

É dificil, é muito mais doloroso de como pensei que fosse.
Eu andei por três longos anos em cima de duas rodinhas, achei que jamais necessitaria de retirar uma delas, quanto mais as duas. Mas em Dezembro retirei uma das rodas, não por querer, mas por a vida forçar que eu aprendesse a viver apenas com uma rodinha na bicicleta da minha vida, eu precisava aprender como seria o embalo de metade de segurança, metade de certeza, metade de você.
Mas hoje, madrugada de Sexta-feira, 25-02 a vida me dá uma chave de fenda para que eu mesma retire a rodinha que falta para que eu seja totalmente dona de mim, totalmente dona do caminho que vou ter que percorrer com minha bicicleta, agora sozinha, tendo que me equilibrar unicamente em mim e na direção que eu tenho que seguir.
A decisão da segunda rodinha ser retirada não é obrigatória para mim, ela é opcional, exatamente por isso que a chave para retirá-la foi dada diretamente à mim, para que eu possa decidir arracar de vez essa rodinha que volta e meia me faz pensar que eu não sou nada sem ela.
De fato, essa rodinha na minha vida é muita coisa, ou era, não sei. Ainda não consigo ver uma maneira de retirar a segunda rodinha de minha bicicleta, estou sem ver como vou pedalar pela primeira vez sem você, e se vou conseguir o fazer. Estou imaginando como vai ser as quedas logo quando eu começar a percorrer esse caminho sem a minha rodinha, sem aquela peça principal na minha vida, a peça que era minha segurança de andar feliz, andar inteira, andar com vontade de correr sempre o mais rápido que eu pudesse, pois sempre soube que com a minha rodinha, mesmo que só uma, mesmo que com metade da segurança que tinha antes quando tinha as duas, eu sempre soube que eu não ia cair, pois a rodinha, aconteça o que for, iria tá comigo.

Olho bem pra essa rodinha, rodinha essa que sempre me fez andar feliz, hoje desgastada com o tempo de uso, me faz tropeçar as vezes, me faz ficar trêmula e as vezes perder o equilibrio por me fazer passar por situações que eu não sei mais se dá com a rodinha na minha bicicleta. Então eu paro, observo bastante ela e vejo hoje que essa rodinha está se soltando por si mesma da minha bicicleta, vejo que não sou eu mais que preciso tirá-la, mas que ela mesma precisa sair, porque não está mais totalmente presa a minha bicicleta como sempre foi e eu, totalmente dependente da rodinha sofro demais por ter que abaixar para tirá-la, com minhas proprias mãos; mas nesse momento eu devo tirá-la de uma vez por todas, pois se eu continuar com ela na minha bicicleta, do modo como ela tá se soltando aos poucos, vai me fazer perder o controle, esbarrar em algo e até mesmo cair e acabarei me machucando com a queda, que afinal tomaria proporções maiores por a rodinha está soltando-se.
Me sinto totalmente bem e segura com minha rodinha, mas não posso prendê-la em minha bicicleta, principalmente agora que ela está se soltando... Então decido abaixar e retirá-la da minha bicicleta, com minha mão trêmula com tanta confusão trazida pela rodinha fico imaginando em fração de segundo como será daqui pra frente pedalar essa bicicleta sem a roda que me dava razão para andar segura. Decerto jamais imaginei que eu precisaria dessa rodinha pra conseguir prosseguir, imagina agora, depois de tanto tempo, ter que aprender a conviver totalmente sem rodinhas, totalmente só, totalmente sem saber como dá a primeira pedalada?
E agora, depois de retirá-la da minha bicicleta, é hora de aprender a ter uma vida de ciclista sem segurança, uma vida de ciclista sem rodinhas, uma vida de ciclista sem você...






Texto to inicio ao fim redigido por mim, Carla Gonçalves.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

E o amor, acaba?

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice.

Carlinha G.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A dor que doi mais.



Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.

É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

Martha Medeiros

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Precisamos ser renovados a todo momento


“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5b).

Estamos iniciando hoje uma nova semana, e nada melhor do que vivê-la
de uma maneira nova. Você deve ter se perguntado: Como faço para viver
o novo, se tudo está do mesmo jeito dentro de mim? Temos em nosso favor
o Espírito Santo de Deus, que faz novas todas as coisas, a começar do
nosso coração, quando nós lhe damos liberdade para agir na nossa vida.

Concretamente podemos ao longo de todo este dia rezar: Vinde,
Espírito Santo e renova-me. Ensina-me a agir de maneira nova. Com
certeza, perceberemos no final do dia que alguma coisa mudou dentro de
nós.

Espírito Santo, conduza-nos e ensina-nos a viver de maneira nova.


Luzia Santiago - cancaonova.com - mensagem do dia

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Morte e vida.

"Se lembra quando a gente
Chegou um dia acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre,
sempre acaba!" - Cássia Eller.

E quanto mais se pensa no problema, no que está se vivendo, mas a cabeça fica virada, sem paz nem consolo.
Acabo de descobrir, com minha própria vida, que a morte não é exatamente como reza a lenda... Ao contrário do que pensamos e acreditamos, nós não morremos apenas uma vez na vida, morremos a cada vez que temos que abandonar algo, seja o que for. Eu acabo de morrer. Acabo de ter que deixar algo muito importante junto com meu passado e isso dói de fato, e muito. Dói porque todos os humanos são presenteados por Deus com sonhos, que após ter noção deles, é absolutamente nossa a responsabilidade de dar continuidade ou não. Provavelmente ninguém esteja entendendo essas minhas palavras, mas de fato eu sei bem o que estou expressando aqui.
Prioritariamente, não sei para onde andar. Dizem que o melhor sempre é ir em frente, independente de onde vai dá... Mas não acredito que na prática tudo seja assim. Devemos sim dá uma pausa e dizer: E agora? Pra onde realmente tenho que ir? Em frente, com dor e saudade? Pro lado com paciência? Ficar parado sem destino? Ou simplesmente olhar pra trás e vê que, ainda com amor, as coisas poderiam melhorar? NÃO SEI. E estou sendo sincera, absolutamente não sei! E não sei por simplesmente não querer saber, fingir que nada está acontecendo... Eu não sei porque realmente não há como saber, é um universo de contradição, de medos, dúvidas e angustias. E, pra ironia, eu estou no meio desse caos vital.
Pra onde devo seguir, e o que fazer? Acabo, contudo, ficando inerte com tudo isso, acabo fingindo que nada está acontecendo e, de todas as alternativas, evidentemente essa é a pior. Pior porque, por mais difícil que seja, a melhor coisa a fazer tem que ser feita com razão e não com emoção, o que torna cada vez mais difícil as coisas.
Complicado? Demais pro meu latim!
Mas calma jovem, ainda há tempo de tudo virar pó e você ressurgir das cinzas.
Mas de uma coisa eu sou convicta: Eu literalmente morri! Morri pois, parte do que julgava necessário pra mim, hoje vejo que poderá ficar no mural do meu passado, como eu jamais queria que o fosse. E no fim, o que fazer? Tentar não ficar inerte como estou agora.

Com toda dor e força do mundo, Carla Gonçalves.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

- Nossa vida.

"A vida não é um corredor reto e tranquilo que nós percorremos livres e sem impecílhos, mas um labirinto de passagens, pelas quais nós devemos procurar nosso caminho, perdidos e confusos, de vez em quando presos em um beco sem saída.
Porém, se tivermos fé, uma porta sempre será aberta para nós, não talvez aquela sobre a qual nós mesmos nunca pensamos, mas aquela que definitivamente se revelará boa para nós."

A. J. Cronin.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Trecho 3

"Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca para chamar de amor, como se fosse algo simplificado: defina em meia dúzia de frases, é fácil, querida.
É fácil? Pois a querida não entende como uma palavrinha simples formada por apenas duas vogais e duas consoantes pode absorver um universo de sensações contraditórias, diabólicas, insensatas, incandescentes e intraduzíveis. O que é amor? Já tentei explicar a mim mesma e, por mais que tente, jamais conseguirei atingir a essência dessa anarquia que dispensa palavras."

Fora de mim - Martha Medeiros.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Trecho 2.


"Choro, choro muito, choro agora feito uma guitarra dedilhada por um bêbado, sinto uma piedade inconsolável de mim, de tanto que recordo o quanto te quis e o quanto te admirei por amares a mim, era paixão inveterada, paixão de doer, paixão de não dar certo mesmo, paixão de perder o tino, e perdi por completo, hoje tento compreender duas ou três frases e nem isso me cabe, ficou tudo sem lógica, eu que prezo tanto a lógica, não entendo mais nada, mergulhei no escuro da minha perplexidade, você era meu até bem pouco tempo, mas vou sair dessa, veja, já estou enxugando as lágrimas, procurando meu celular para fazer uma ligação qualquer, esses compromissos que a gente inventa pra fingir que a vida continua..."

[Fora de mim - Martha Medeiros]